Ele nunca tinha escrito uma carta na vida. Minto, ele tinha escrita três cartas: a primeira carta foi para o primo e parou num endereço errado, a segunda carta era para um amiguinho da escola (e também seu vizinho) que se deu ao luxo de não ler a carta, e a terceira foi para a namorada que recebeu a carta não pelo correio, mas pessoalmente.
Imaginam que o motivo para isso foi falta de vontade ou até mesmo falta de interesse, mas muito pelo contrário: perdia horas com os olhos fixos no papel imaginando o que escrever, passou noites em claro pensando em como transformar o que sentia em palavras, gastou tinta e papel inutilmente.
Ele queria estar junto, tocar, sorrir e dar risada.
Ele queria olhar nos olhos, chorar, abraçar e ser abraçado.
Mas não podia.
Não podia por que haviam responsabilidades, compromissos e trabalhos que o mantinha distante de seus queridos.
Não podia por que haviam longas estradas entre ele e seus queridos.
Não podia por que haviam oceanos que o separavam de seus queridos.
Não podia.
Pois, para ele, palavras são insuficientes.
quinta-feira, 25 de março de 2010
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